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"Sereias do Nordeste", por Martins Filho & Oitavo Lucas.

 

“João Pessoa? Eu sou João Dantas!”

 

Com estas palavras, o atirador sacou a arma na Confeitaria Glória e com três balas iniciou a escalada do João Pessoa homem ao João Pessoa cidade. Talvez esta história comece antes, se apague depois. Na periferia de seu centro político monumental, estava Anayde Beiriz, a pantera dos olhos dormentes. Poetisa, professora e apaixonada. À frente do seu tempo no estilo, na escrita e no amor. João Dantas era um advogado solteiro, ela era uma mulher desimpedida. Não se sabe bem o porquê de seu romance ser secreto. Não se sabe se João Pessoa sabia desse romance. Só se sabe que a cidade de Princesa era um centro do cangaço. João Pessoa era um dos poucos políticos que se colocava a desafiá-los.

 

Dantas não era cangaceiro, Anayde também não. Mas quem não era cangaceiro era amigo de cangaceiro ou amigo de amigo de cangaceiro. E sobrou para Dantas tanto pelo parentesco quanto pelo círculo social. Vasculharam sua casa, queimaram seus livros e publicaram suas cartas trocadas com Anayde cheias de paixão. A fúria tomou conta de Dantas. Com jóias compradas para a amada ainda no bolso do paletó, ele comprou sua passagem para prisão. Onde João da Mancha sangrou seu pescoço decretando seu fim.

 

João é assassinado por João, que depois é executado por outro João. Anayde foge para um convento, ainda em sua boca o gosto do veneno, ainda em seu corpo o luto acelera sua espera. Em três dias ela morre. As freiras fizeram de tudo.

 

A capital João Pessoa, a Revolução de 30, a Revolta de Princesa, a ascensão de Getúlio. Nada disso ou tudo isso atravessava a vida de Anayde. Pessoa morto virou ícone político por seu veto a uma atravessada do Café Com Leite. A população paraibana insuflada levantou a bandeira do “nego”, do verbo negar, com o vermelho do sangue e o preto do luto. A bandeira mais bela dentre aquelas dos estados brasileiros, uma história de sangue e luto. Uma cidade com nome de um herói que poderia até ser tido como cruel, mas quem mais não era? O mundo mudou, e Anayde e Dantas ficaram para trás.

 

Conheça as outras artes do projeto na zine Sereias do Nordeste.

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