"Sereias do Nordeste", por Martins Filho & Oitavo Lucas.
Upaon-Açu virou terra de São Luís!
Dos tremembés, tupinambás, morubixabas e potiguaras, pouco se soube. Quando chegou um francês que se dizia parente de rei, de rei santo, de rei que matava com coração. Os portugueses trouxeram carmelitas, azulejos, jesuítas, casarões, escravidão e franciscanos. Até hoje o fantasma de uma deles passeia com seus cavalos brancos por uma lagoa de seu nome. Na Batalha de Guaxenduba, os lusíadas venceram os gauleses e a ilha grande agora é parte do Brasil. Seja o que isso for. Os neerlandeses também quiseram brigar pela terra, ou era pelo açúcar, ou era pelo direito de mandar num lugar que não era sua casa. São Luís destruida, sangue de índigenas, brancos e negros espalhado e a ilha se refazia em cana. Importante na rede de comércio, na exportação de pessoas e insumos, forte o bastante para fazer Brasil filial brigar contra matriz Portugal. Por preços. Mas os ingleses queriam comprar de São Luís. Os ingleses não aceitavam escravizados - à época. Na Praça do Comércio, tecidos, azeite, livros e cerveja se ofereciam no point da cidade. E quando ficou complicado viver de tecido e escravo, a cidade se reinventou no ferro. Ferrovias e portos que te levam para dentro e fora da ilha. Pelo Estreito dos Mosquitos.
O rosto de São Luís é meio Norte meio Nordeste. O nariz indígena, a boca negra, a roupa europeia, o carro americano. A crença ainda é nos santos, há festas para eles. E sempre que se passa por uma construção colonial, o ludovicense orgulhoso diz: "Isto vem da nossa herança francesa", "é parte do nosso tesouro português", "é influência do povo holandês". Nas brechas e festejos, vivem as cores de todos os sobreviventes da História deste lugar: Preto, dourado, vermelho, verde, amarelo, branco, azul... Nas fitas do bumba-meu-boi, nas saias do tambor de crioula, no rodar do cacuriá...
Conheça as outras artes do projeto na zine Sereias do Nordeste.
Pôster A4 São Luís Sereias do Nordeste
Papel AP 250g colorido A4
Em até 05 dias úteis.